Eduardo Cunha comprou prédio em BH e será candidato a deputado na cidade de Dilma Rousseff

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, comprou um imóvel de mais 600 metros quadrados na rua Fernandes Tourinho, no bairro Savassi, em Belo Horizonte. Responsável pelo processo de impeachment da Dilma Rousseff em 2016, Cunha pretende transferir seu domicílio eleitoral para a capital mineira, sinalizando sua intenção de se candidatar a deputado federal por Minas Gerais, onde a ex-presidente também possui domicílio eleitoral.

O imóvel adquirido, que já está passando por uma reforma, anteriormente era uma agência bancária e esteve fechado por mais de quatro anos. Os vizinhos reclamam do barulho e da poeira no horário da obra, mas o gerente da construtora responde que o condomínio pode multar, mas que é necessário encerrar a obra.

No local vai funcionar o escritório do e-x deputado e uma rádio evangélica. O ex-deputado é líder da igreja Ministério de Madureira. Esta semana, Cunha permaneceu no imóvel para supervisionar a obra.

A escolha de um local tão valorizado na capital mineira para estabelecer o escritório do ex-deputado e uma rádio evangélica pode ser vista como uma estratégia para reforçar sua presença e influência na capital mineira. A atuação de Cunha como líder da igreja Ministério de Madureira e a implantação de uma rádio evangélica no local destacam seu interesse em expandir sua influência não apenas no campo político, mas também religioso.

Isso pode indicar uma tentativa de se reconectar com uma base de apoio fiel, utilizando a comunicação como ferramenta para disseminar suas ideias e fortalecer sua imagem pública.

Em 2022, Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, tentou retornar à política seis anos após ter seu mandato cassado por quebra de decoro, mas não obteve sucesso em sua candidatura ao Congresso Nacional.

Cunha, que anteriormente era deputado pelo MDB no Rio de Janeiro, filiou-se ao PTB e transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo. No entanto, ele recebeu apenas 5.044 votos do eleitorado paulista, insuficientes para garantir uma cadeira na Câmara. Apesar de sua derrota, sua filha Daniella Cunha ( União- Brasil) conseguiu se eleger como deputada federal pelo Rio de Janeiro.

Cunha foi cassado em novembro de 2016 em um processo iniciado no Conselho de Ética da Câmara por ter ocultado a existência de contas bancárias no exterior. A informação veio à tona em meio a investigações da Lava-Jato, que apontaram o então deputado federal como beneficiário de propinas em contratos firmados pela Petrobras para aquisição de navios-sonda e para compra de um campo de petróleo no Benim, na África.

Condenações de Cunha

A cassação tornava Cunha inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, até 2026. Em junho de 2022, no entanto, o ex-presidente da Câmara obteve decisão favorável do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, para suspender os efeitos da cassação, o que liberou sua candidatura