Marçal quer transformar a cadeirada em uma “fakeada” para impulsionar candidatura
Pablo Marçal está aproveitando a cadeirada que levou de Datena para alavancar sua candidatura que murchou nas últimas pesquisas
Desde o início da campanha eleitoral à prefeitura de São Paulo o candidato Pablo Marçal (PRTB) joga para a plateia buscando criar fatos para fazer vídeos e distribuí-los em suas redes sociais onde conta com milhões de seguidores.
Ele não tem interesse em discutir propostas e problemas da cidade de São Paulo. O que ele quer é lacração e busca alguém para usar como escada.
Nos debates, provoca, ofende, para ver se alguém morde a isca. Foi assim com todos os candidatos, mas ultimamente direcionou suas baterias para o apresentador e candidato José Luiz Datena (PSDB).
Ontem, durante o debate promovido pela TV Cultura, Marçal conseguiu o que queria. Ofendeu Datena a um ponto que o apresentador perdeu a paciência que o agrediu com uma cadeirada.
Era o que Marçal procurava para alavancar sua candidatura que havia murchado nas últimas pesquisas. Vai usar a cadeirada que ele provocou como sua “fakeada”, comparando com a facada recebida por Jair Bolsonaro na campanha de 2018, em Juiz de Fora. Naquela ocasião, o candidato Bolsonaro usou a facada para fugir dos debates e fazer poses no hospital. Deu certo e ele se elegeu.
No Instagram, Marçal expõe sua estratégia sem medo de ridículo. Aliás, ele usa o ridículo e o inusitado a seu favor. Além de comparar a cadeirada que recebeu com a facada recebida por Bolsonaro, juntou às imagens a do recente atentado ao ex-presidente Trump, que também se vitimizou ao colocar um curativo estilo Van Gogh num ferimento provocado por uma bala que apenas raspou sua orelha.
Há imagens de Marçal no hospital com máscara de oxigênio; outra com ele fazendo um M com os dedos. Tudo para encantar os incautos.
Um objetivo ele conseguiu: atrair para si a atenção de todos. Como não tinha o que dizer no debate, é uma vitória. Os demais candidatos e o debate foram esquecidos. Hoje, as pessoas só falam na cadeirada.
Dizem que a História se repete, da segunda vez como farsa. O caso Marçal é prova disso.
Antonio Mello, Revista Forum