“Tornozeleira no cu”: saiba quem é o minero preso por desafiar Moraes

O locutor e apresentador mineiro Roque Saldanha, conhecido por seu estilo provocador e autointitulado “a voz de trovão do Brasil”, foi preso novamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Saldanha, natural de Carlos Chagas (MG), é investigado por organizar e incentivar atos contra o Estado Democrático de Direito.

Reincidência e violação das condições judiciais

Esta é a segunda detenção de Saldanha em menos de um ano. Em janeiro de 2023, ele foi preso sob acusações de incitar a violência e promover atos golpistas. Apesar da gravidade das ações, foi liberado no mesmo mês mediante o cumprimento de medidas cautelares, que incluíam o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar a cidade de Governador Valadares (MG). No entanto, Saldanha desrespeitou as condições impostas, rompendo a tornozeleira eletrônica e publicando um vídeo ofensivo direcionado ao ministro Alexandre de Moraes. Na gravação, ele o chamou de “nao homem”, utilizando termos vulgares em tom de afronta.

Um histórico de incitações antidemocráticas

Roque Saldanha é investigado por sua atuação nas redes sociais, onde convocava e incentivava a realização de atos violentos contra o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele é acusado de promover ataques ao Estado Democrático de Direito e de incentivar a desobediência civil em prol de pautas consideradas golpistas.

Nas eleições de 2022, Saldanha concorreu ao cargo de deputado federal por Minas Gerais pelo PSC, mas não conseguiu se eleger. O locutor se identifica como homem de direita e membro da chamada “bancada da bala”, caracterizando-se como um crítico ferrenho das instituições democráticas.

Repercussão e medidas legais

A reincidência dos atos de Saldanha levou à sua nova prisão, intensificando as investigações sobre seu papel na organização de atos criminosos. O caso reforça a atuação do STF no combate a ameaças ao Estado Democrático e evidencia as consequências da desobediência às medidas judiciais.

A prisão de Saldanha também suscita debates sobre o uso das redes sociais como ferramenta de incitação à violência e o papel das autoridades em garantir a estabilidade institucional no país. Por enquanto, ele permanece detido, aguardando os desdobramentos do processo que tramita no STF.