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Rodrigo Pacheco e o Planalto: os bastidores de uma articulação estratégica para 2026

Presidente do Senado deve ganhar ministério de peso para depois concorrer ao governo de Minas, com apoio do presidente

A cúpula do governo Lula está trabalhando em silêncio para atrair o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao Ministério da Defesa, da Justiça e até Indústria,  Comércio e Serviços . As negociações, que ocorrem a portas fechadas, fazem parte de uma estratégia maior do Planalto para consolidar alianças fundamentais de olho nas eleições presidenciais de 2026.

A aproximação inicial

Os primeiros movimentos do Planalto para atrair Pacheco ocorreram ainda em 2023, com conversas informais entre aliados próximos do presidente Lula e lideranças do PSD. A renúncia de Pacheco à presidência do Senado, que ocorrerá em 1º de fevereiro de 2025, foi vista como uma oportunidade para integrá-lo ao governo em um papel estratégico. Lula, que que fazer uma coalizões amplas, enxerga no PSD um aliado vital para sua governabilidade e, possivelmente, para a formação de uma chapa forte em 2026.

O papel do PSD na articulação

O PSD, liderado por Gilberto Kassab, é visto como um partido fundamental para a base aliada. Com forte presença nos estados e um perfil pragmático, o partido pode desempenhar um papel central em uma eventual reeleição de Lula ou na sucessão presidencial. Pacheco, como uma das principais lideranças da legenda, é considerado a chave para reforçar a relação entre o PSD e o governo.

Fontes próximas ao Planalto relatam que Kassab tem incentivado as negociações, enxergando na participação de Pacheco no ministério uma oportunidade de ampliar o espaço do partido no governo. Em troca, o Planalto busca garantir o apoio irrestrito do PSD às pautas prioritárias no Congresso.

As ofertas sobre a mesa

A principal proposta colocada para Pacheco é o comando do Ministério da Defesa, em substituição a José Múcio Monteiro, que manifestou desejo de deixar o cargo, mas esta sendo convencido permanecer . Essa opção é vista como estratégica não apenas pela experiência de Pacheco como articulador político, mas também por sua capacidade de dialogar com as Forças Armadas em um momento de recomposição institucional após os eventos de 8 de janeiro de 2023.

Outra possibilidade é sua nomeação para o Ministério da Justiça, substituindo Ricardo Lewandowski. Nesse cenário, Pacheco teria a missão de fortalecer a segurança pública e atuar na pacificação entre os três poderes, além de consolidar a imagem do governo em questões sensíveis como a reforma do sistema penitenciário e o combate à corrupção.

Resistências e desafios

Embora as negociações avancem, Pacheco tem demonstrado cautela. Um de seus principais receios é o impacto de sua entrada no governo sobre sua base eleitoral em Minas Gerais, um estado que será crucial nas próximas eleições presidenciais. Além disso, há a preocupação com a possibilidade de perda de protagonismo caso assuma um ministério com menos visibilidade ou autonomia do que o Senado.

Nos bastidores, aliados de Pacheco também sinalizam que ele está de olho em 2026. Uma participação bem-sucedida no governo poderia alavancar sua influência como possível vice em uma chapa presidencial ou até mesmo como um sucessor natural dentro de uma aliança ampliada.

Impactos no senado e na governabilidade

Se Pacheco aceitar o convite, sua saída do Senado abrirá espaço para novas lideranças e possivelmente redistribuirá o equilíbrio de poder na Casa. O Planalto teria que se esforçar para garantir que um aliado confiável assuma a presidência do Senado, especialmente em um momento em que a agenda legislativa inclui temas polêmicos como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.

Por outro lado, a presença de Pacheco no governo poderia fortalecer a articulação política do Planalto, ampliando sua capacidade de interlocução tanto com o Congresso quanto com setores estratégicos, como as Forças Armadas e o Judiciário.

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