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Em 2022, Kalil foi abandonado pelo PSD e agora está sugerindo dar o troco ao apoiar Tramonte para a prefeitura

Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e membro do PSD, está recalculando suas alianças políticas em meio a um cenário conturbado dentro do partido. Distante do governo Lula e enfrentando divisões internas na legenda, ele sugere que sofreu traição e não apoiará seu companheiro de partido, Fuad Noman, em sua reeleição. Kalil vai assumir a candidatura do apresentador Mauro Tramonte (Republicanos) em 2º turno. o ex-prefeito, que tem alguns assessores à disposição pagos pelo PSD, está de olho nas eleições de 2026, onde planeja uma candidatura para governador.

Já Fuad, que foi secretário de estado no governo de Aécio Neves entre 2003 e 2006, assumiu a prefeitura de BH em 2022, depois que Kalil renunciou para concorrer ao governo do estado. Porém, após tomar posse, uma de suas primeiras ações foi exonerar o secretário de Saúde, Jackson Pinto, que era um dos principais aliados do ex-prefeito. Em seguida, o prefeito nomeou diversos membros do PSDB, antigos desafetos de Kalil, para cargos estratégicos dentro da administração municipal.

Para sua campanha de reeleição, Fuad conta com equipes que possuem fortes laços com os governos tucanos. Danilo de Castro, ex-secretário de governo de Aécio Neves, atua como coordenador geral da campanha. O marqueteiro responsável é Paulo Vasconcelos, outro nome de peso que já desempenhou papéis importantes nos governos do PSDB.

Em sua reeleição, Kalil obteve 62% dos votos válidos, porém perdeu para Romeu Zema (Novo) na capital

O diretório do PSD em Minas Gerais tem uma história marcada por conflitos internos, especialmente evidente nas eleições estaduais de 2022. Naquela ocasião, muitos membros do partido decidiram apoiar a reeleição de Romeu Zema, o que resultou em um isolamento político para Alexandre Kalil, o candidato do PSD ao governo do estado. Dentre os apoios que Kalil perdeu, destacam-se figuras importantes como Fuad Nomam e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que se mantiveram distantes de sua campanha.

Nos bastidores políticos, o senador Rodrigo Pacheco e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, desempenharam um papel significativo ao unirem forças para proteger o cargo e o mandato de Gabriel Azevedo, presidente da Câmara de Vereadores, que enfrentava dois pedidos de impeachment. Gabriel foi o maior desafeto de Fuad. Pacheco e Silveira não tinham uma relação amigável com o prefeito, pois reclamavam da falta de espaço na administração municipal. Então acreditaram ser interessante a permanência do presidente da Câmara

Nos áudios  a que o VainaFonte teve acesso, foi revelado que Fuad e Gabriel estavam competindo nos últimos anos para ver quem tinha mais protagonismo sobre os empresários de ônibus de BH. A disputa era acirrada, com ambos tentando conquistar o título de “o mais influente”.

Essa situação é complexificada pelo fato de que Rodrigo Pacheco, atual aliado de Fuad Noman, também está considerando uma candidatura ao governo, o que coloca Kalil e Pacheco em potencial rota de colisão dentro do partido.

Os dois têm história de infidelidades partidárias semelhantes. Kalil, em 2014, ensaiou ser candidato a deputado pelo PSB, depois elegeu-se a prefeito pelo PHS. Já Pacheco foi eleito em 2014 como deputado pelo MDB e em 2018 como senador pelo União Brasil.

Rodrigo Lopes

Rodrigo Lopes trabalhou na TV Record, OGlobo, Correio Braziliense, Hoje em Dia, Jornal do Brasil, IstoÉ e Estado de Minas. Foi vencedor do Prêmio Esso e do Prêmio Vladimir Herzog, com salário dos deputados estaduais em 2001 pelo Jornal Estado de Minas, e ganhador do Prêmio Esso Menção Tucano em 2005 pelo OGlobo

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