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Indicação de Rubio para o Departamento de Estado preocupa o Itamaraty e o governo Lula

Senador de origem cubana é apontado como próximo chefe da diplomacia estadunidense

O anúncio que o senador republicano Marco Rubio, da Flórida, será o novo chefe do Departamento de Estado dos EUA marca um ponto de inflexão para a política externa americana, especialmente em relação à América Latina. Rubio, que tem raízes cubanas e é conhecido por sua postura anti-Castro, promete adotar uma abordagem rígida em relação à região, com provável impacto nas relações com o Brasil e outros países latino-americanos.

A nomeação de Rubio, que será o primeiro latino a ocupar essa posição de destaque, sugere uma continuidade da linha dura do governo Trump, que já havia se mostrado intervencionista no contexto latino-americano. Historicamente, ocupantes do cargo como Antony Blinken, Colin Powell, Hillary Clinton e Mike Pompeo desempenharam papéis cruciais nas relações exteriores dos EUA, e Rubio parece pronto para seguir essa tradição, mas com um enfoque particular na contenção de movimentos de esquerda na região.

Rubio tem um histórico de apoio à extrema direita brasileira, tendo expressado simpatia pelo governo de Jair Bolsonaro e mantido uma amizade próxima com Eduardo Bolsonaro, um dos principais articuladores internacionais da direita brasileira. Em 2023, Rubio defendeu sanções econômicas contra a Bolívia e manteve uma postura inflexível em relação a Cuba e Venezuela, reconhecendo Edmundo González como presidente venezuelano e se opondo a qualquer revisão das sanções a Havana.

A relação entre Rubio e Eduardo Bolsonaro é particularmente notável. Em 2020, Eduardo elogiou Rubio por seu trabalho no Congresso dos EUA, especialmente em relação à “escravidão dos médicos cubanos”. Mais recentemente, Rubio criticou a decisão do Brasil de suspender o funcionamento da plataforma X, interpretando-a como uma tentativa de censura governamental.

Em conclusão, a liderança de Marco Rubio no Departamento de Estado dos EUA promete uma abordagem mais dura e intervencionista na América Latina, com possíveis repercussões para o Brasil e outros países da região. Sua nomeação reflete a continuidade de uma política externa rígida e alinhada com a extrema direita, o que pode intensificar as tensões e influenciar significativamente a dinâmica política latino-americana.

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