Ex-casal vai comandar município mineiro por mais de 30 anos consecutivos

Neusa Ribeiro (PP) foi eleita ontem com 91.63% dos votos para o seu terceiro mandato para administrar Serra da Saudade, localizada no interior de Minas Gerais, é conhecida por ser a menor cidade do Brasil, com apenas 833 habitantes segundo o Censo do IBGE de 2022. Apesar de sua pequena população, o município tem um número surpreendentemente maior de eleitores, totalizando 1.294, conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Isso se deve ao fato de muitos ex-moradores continuarem a votar na cidade.

A política local é dominada por uma longa tradição familiar, com o ex-casal Alaor Machado e Neusa Ribeiro, ambos do partido Progressistas, se revezando na prefeitura por quase 30 anos. Desde 2000, quando Alaor tomou posse pela segunda vez, ele e Neusa têm alternado no cargo de prefeito. Alaor foi prefeito inicialmente de 1993 a 1996 e depois novamente a partir de 2000. Neusa, por sua vez, comandou o município de 2009 a 2016. Nas eleições de 2020, Alaor voltou ao comando, onde permanece até hoje. Neusa venceu o lavrador Derli Donizete do partido Avante, que tenta quebrar essa dinastia familiar há três eleições consecutivas. Na última disputa, Alaor venceu com 864 votos contra 99 de Derli.

Além do domínio político, a família Machado também está presente na administração pública. Marcelo Machado, filho de Alaor e Neusa, é o controlador-geral do município há 20 anos. Ele recebe o segundo maior salário da cidade, R$ 13.706,99, enquanto seu pai, o prefeito Alaor, tem a maior remuneração, R$ 14.035,16.

A cidade de Serra da Saudade é composta por apenas 12 ruas e dividida em dois bairros. Conta com uma escola municipal, um posto de saúde, um parque de exposições, uma creche, uma academia, uma praça de esportes e um ginásio poliesportivo. No entanto, não possui posto de gasolina ou farmácia, refletindo seu pequeno tamanho e infraestrutura limitada.

A situação política de Serra da Saudade é um exemplo típico de pequenas cidades brasileiras, onde o controle político frequentemente fica concentrado nas mãos de poucas famílias, perpetuando dinastias que influenciam fortemente a administração local.