O Shopping Tacaruna, em Olinda (PE), está sendo acusado de discriminação após informações revelarem o uso de um “código homossexual” para alertar os seguranças. De acordo com o relato, o código “30” é utilizado para identificar pessoas homossexuais, sendo listado entre outros códigos para “achados e perdidos” (29) e “odor de tinta, cola, esgoto, queimado” (31).
A denúncia veio de um jovem que, ao ver o crachá dos seguranças do shopping, ficou chocado com o conteúdo discriminatório. Ele afirmou que já havia notado comportamentos discriminatórios no local, mas não imaginava que tal prática fosse um protocolo institucional. Após descobrir o código, o jovem fez uma denúncia à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco e à Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE).
A vereadora de Recife Liana Cirne (PT-PE) se pronunciou sobre o caso, afirmando que seu mandato buscará esclarecimentos do shopping. Ela também destacou a existência de outros códigos, como “Elemento suspeito” (2) e “Desinteligência” (4), que podem ser interpretados como referências a pessoas negras e autistas, respectivamente.
Em resposta ao site Marco Zero, o Shopping Tacaruna confirmou a existência dos códigos, afirmando que eles são usados para garantir a segurança de todos sem intenção discriminatória. No entanto, não explicou o motivo específico para o uso do código “30.” O presidente do Movimento Leões do Norte, Marcone Costa, e o advogado Sérgio Pessoa, da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-PE, criticaram a resposta do shopping, reforçando a percepção de uma conduta homofóbica.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pode resultar em uma ação coletiva indenizatória caso a investigação avance.
