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Zema marca agendas que não permitem a participação nas campanhas e irrita aliados

Zema mantém-se neutro na corrida eleitoral, especialmente após seu histórico confronto com o ex-prefeito Alexandre Kalil

As eleições municipais em Minas Gerais têm sido uma fonte de desafios para o governador Romeu Zema (Novo). Apesar de seu apoio declarado a Mauro Tramonte (Republicanos) em Belo Horizonte, Zema tem se mantido distante da campanha de forma mais ativa, preferindo concentrar suas atenções em compromissos no interior do estado.

Essa postura tem gerado um crescente descontentamento entre os deputados estaduais que compõem sua base na Assembleia Legislativa. Eles esperavam uma participação mais engajada do governador para fortalecer as candidaturas locais e, consequentemente, assegurar um maior apoio político para seu governo. A insatisfação pode refletir-se em dificuldades futuras na articulação de projetos e na manutenção da base.

Zema conta com uma bancada de 57 deputados, dividida em duas alas: uma leal, com 33 parlamentares, e outra mais dispersa, com 24 deputados de nove partidos diferentes. A relação conturbada com a Assembleia se intensificou após a indicação da ex-secretária Luísa Barreto como vice de Tramonte, uma decisão que desagradou o PSD e outros aliados, que temiam uma perda significativa na disputa pelo Executivo municipal.

A expectativa era que Zema se mantivesse neutro na corrida eleitoral, especialmente após seu histórico confronto com o ex-prefeito Alexandre Kalil. Ao contrário de 2020, quando o Novo lançou um candidato sem chances, a decisão de apoiar Tramonte sem uma campanha ativa gerou perplexidade, especialmente entre os parlamentares que contavam com um apoio mais explícito.

Nos bastidores, argumenta-se que a ausência de Zema pode ser benéfica para Tramonte, que lidera as intenções de voto, já que muitos eleitores não estão cientes do apoio do governador. Além disso, Zema tem se concentrado em apoiar candidatos em outras cidades, muitas vezes em oposição a membros de sua própria base, o que pode acentuar ainda mais as divisões internas.

Esse cenário evidencia os desafios que Zema enfrenta em sua gestão e as consequências políticas de suas escolhas nas eleições municipais, refletindo uma necessidade de reconciliar sua base e de repensar sua estratégia em um ambiente político cada vez mais complexo.

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