A pedido de Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) contratou, desde janeiro de 2023, vários militares da reserva que haviam trabalhado com o ex-presidente no Palácio do Planalto. Recentemente, veio à tona que esses militares estavam envolvidos ou mencionados em um plano golpista para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva assumisse a presidência.
Entre os contratados pelo partido estão o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa de Bolsonaro; seu assessor especial Flávio Peregrino; o coronel Marcelo Câmara, ligado à chamada “Abin paralela”; e André Costa, ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), que atualmente faz a assessoria de Michelle Bolsonaro.
De 2023 até junho de 2024, o PL gastou pelo menos R$ 1.130.206,93 com salários, auxílio-moradia e reembolso de despesas alimentares desses quatro militares. Braga Netto foi o que mais recebeu recursos, mesmo não estando mais no partido.
À medida que as investigações avançavam, três dos quatro militares foram dispensados pelo partido. Braga Netto foi desligado em fevereiro depois de ser impedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de manter contato com Valdemar Costa Neto. Seu assessor, Flávio Peregrino, foi dispensado logo em seguida.
André Costa continua no PL Mulher, assessorado Michelle Bolsonaro, e já recebeu um total de R$ 150 mil entre janeiro e junho deste ano. Seu nome foi mencionado na lista de militares cotados para integrar o “gabinete do golpe”, ou “gabinete da crise”, que seria criado em resposta à morte do então presidente eleito Lula e à prisão de Alexandre de Moraes.
O globo