Romeu Zema é acusado de traidor pelos bolsonaristas e Kalil de envergonhar os lulistas
A plateia agora vai decidir, o "Zé Ruela" agregou gregos e troianos em seu palco
O governador Romeu Zema (Novo) acabou caindo em “desgraça” com a família Bolsonaro depois de se aproximar do ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos), apoiado pelo presidente Lula nas eleições de 2022. Os apoiadores do Lula acusam Kalil de ter queimado sua história política. Enquanto isso, o candidato Mauro Tramonte, inexpressivo politicamente, conseguiu unir diferentes grupos em sua candidatura à prefeitura de Belo Horizonte.
O vereador Carlos Bolsonaro chamou a atenção para a união entre o governador e Alexandre Kalil em um vídeo nas redes sociais. Antigos desafetos, eles se uniram em torno do deputado estadual Tramonte. Sem mencionar diretamente Zema, o filho de Jair Bolsonaro escreveu: “aqueles caras que falavam há anos que teriam que ter o apoio dos eleitores do Bozo se descolando do Bozo todos os dias fazendo escola”.
O gesto de Carlos Bolsonaro foi visto por especialistas envolvidos na eleição da capital mineira como uma estratégia para colocar o também candidato Bruno Engler (PL) como o “candidato legítimo” da direita, ao questionar a aliança em torno de Tramonte que inclui nomes que já apoiaram Lula, como Kalil. O partido Novo, de Zema, formalizou apoio ao apresentador que tem a ex-secretária de Planejamento do governo estadual Luisa Barreto como vice na chapa.
O partido afirmou que se “surpreendeu” com a filiação de Kalil ao Republicanos e acrescentou: “esperamos que a escolha de Kalil em mudar de lado não seja fruto de oportunismo político, mas de uma reflexão genuína sobre os péssimos resultados apresentados pela sua gestão na prefeitura de Belo Horizonte”. O ex-prefeito afirmou que o Novo só integra a chapa de Tramonte porque não houve veto de sua parte e rebateu: “oportunista é quem vem depois, querendo pegar carona na minha popularidade em Belo Horizonte”.