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Bicampeão brasileiro, Marcelo Oliveira fala sobre fim da carreira de técnico: Fala de Cruzeiro e Atlético

Sem trabalhar como treinador desde 2020, ex-Cruzeiro desabafa sobre motivos que o afastaram da beira do campo nos últimos anos

Bicampeão brasileiro, Marcelo Oliveira fala sobre fim da carreira de técnico: “Faz mal para a saúde”
Sem trabalhar como treinador desde 2020, ex-Cruzeiro desabafa sobre motivos que o afastaram da beira do campo nos últimos anos: “Diminuiu o ímpeto, o interesse de trabalhar com futebol”

Marcelo Oliveira, um dos treinadores mais respeitados e vitoriosos do futebol brasileiro, decidiu encerrar sua carreira como técnico devido ao desgaste físico e mental que a profissão acarreta. Em uma recente entrevista, o ex-treinador, que não trabalha na função desde 2020, explicou que a pressão constante e a falta de convites para novos projetos foram fatores cruciais para sua decisão.

— Eu, como treinador, parei sim. Acho que é uma pressão absurda e acredito que depois de tantos anos passa até a fazer mal para a saúde — afirmou Marcelo Oliveira em entrevista ao GE.

Aos 69 anos, Marcelo revelou que a redução do ímpeto e do interesse em continuar na beira do campo também pesaram na decisão. Sua última experiência como técnico foi na Ponte Preta, em 2020. Agora, ele almeja contribuir para o futebol de uma forma diferente, buscando atuar como coordenador técnico, onde acredita poder utilizar sua vasta experiência para ajudar os clubes.

— Em algum momento eu manifestei que estava diminuindo o ímpeto, o interesse de trabalhar com futebol a não ser que fosse uma função diferente de coordenação, onde pudesse levar minha experiência armazenada para contribuir com algum clube, isso até já aconteceu, mas não foi tão interessante e resolvi não aceitar — explicou.

Marcelo Oliveira destacou ainda que sua trajetória como jogador e treinador em grandes clubes e sob a liderança de técnicos renomados como Oswaldo Brandão e Telê Santana o preparou para essa nova fase. Ele acredita que toda essa experiência acumulada pode ser valiosa para qualquer clube que deseje contar com sua expertise em uma função de coordenação técnica.

— A pessoa que viveu o que vivi, trabalhei como atleta com excepcionais treinadores como Oswaldo Brandão, Telê Santana. Como técnico, trabalhei em grandes equipes, em Minas sou saudado e cumprimentado pelas duas torcidas, isso me orgulha muito, e trabalhei no Coritiba, Paraná, Fluminense, Palmeiras, são muitos anos de experiência que você armazena. Esse tipo de profissional, pessoa, pode contribuir em um clube dentro dessa função especifica — concluiu Marcelo Oliveira.

Um histórico de conquistas e reconhecimento
Marcelo Oliveira é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro, com um currículo que inclui títulos expressivos e passagens por grandes clubes. Foi bicampeão paranaense (2011 e 2012) pelo Coritiba, onde ganhou destaque nacional. Em Minas Gerais, marcou época no Cruzeiro e Atlético e no , conquistando, entre outros títulos, os Campeonatos Brasileiros de 2013 e 2014. No Palmeiras, em 2015, o então treinador levantou a Copa do Brasil.

Cinco finais de Copa do Brasil

Afinal, foram cinco finais quase que de forma consecutiva: Coritiba (2011 e 2012), Cruzeiro (2014), Palmeiras (2015) e Atlético-MG (2016), sendo campeão pelo Palmeiras.

— Copa do Brasil a gente teve essa honra e privilégio de chegar a cinco finais quase que consecutivas e não com o mesmo time. Poderia ser com o Coritiba, que tinha grande time na época, com o Cruzeiro, mas foram com quatro times diferentes. Tinha alguém que falava que eu não era bom de mata-mata porque ganhei só uma. Mas para você poder chegar a uma final de Copa do Brasil, você passa por vários mata-mata e são estratégias bem específicas — apontou.

Momento do futebol

Marcelo Oliveira também avaliou o momento atual do futebol brasileiro e destaca o trabalho feito em Atlético-MG, Palmeiras, Flamengo e Internacional, além do Athletico-PR, apesar de o time estar atualmente na zona de rebaixamento da Série A.

— Eu vejo o futebol brasileiro assim, tem quatro, cinco clubes que são bem administrados, tem uma condição melhor justamente porque as administrações são boas equilibradas, como Atlético Mineiro, Palmeiras, Flamengo, Internacional, o próprio Athletico-PR é muito bem administrado e se mantém, embora tecnicamente neste momento está em dificuldade, mas a gente sabe que pode recuperar — comentou.

— As outras equipes vão seguir com dificuldade, porque os melhores jogadores do Brasil que se revelam são vendidos para fora, porque os clubes precisam vender para fazer caixa e, com raras exceções, as categorias de base, a formação dos jogadores é muito ruim, tirando 10 clubes que fazem isso muito bem, que têm interesse nesse ativo. As equipes que estão bem administradas, que são SAFs, ou que são de donas, tendem a liderar o Campeonato Brasileiro e todas as competições nos próximos anos —concluiu.

— Nosso futebol é muito bom. Nas grandes equipes mundiais, Real Madrid, Barcelona, na Inglaterra, tem jogadores brasileiros protagonistas e se destacando. A questão da seleção brasileira é que nós não temos um time ainda, estamos em fase de renovação, técnico novo, e sem tempo de treinar. Esse é o grande problema e isso só vai melhorar quando for repetindo escalações. Nós precisamos de um time, porque temos grandes jogadores espelhados pelo mundo todo.

Conquistas

Marcelo Oliveira conquistou dois títulos paranaense com o Coritiba, em 2011 e 2012, e depois teve sucesso no Cruzeiro, sendo bicampeão do Campeonato Brasileiro, em 2013 e 2014, além de ganhar o Campeonato Mineiro e vice da Copa do Brasil em 2014. Em 2015, foi campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras.

Vice-campeão da Copa do Brasil com o Atlético-MG, em 2016, ele não teve destaque nos desafios seguintes, como o próprio Coritiba, em 2017, o Fluminense, em 2018, e a Ponte Preta, em 2020.

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